Adeus, Hunter x Hunter!

Hoje é terça-feira! Dia de Hunter x Hunt--

...mas...
Brincadeiras à parte, para muita gente, esta é a primeira terça-feira em muito tempo sem um episódio novo de Hunter x Hunter (2011) e, devo dizer, é um acontecimento bem triste. Dessa forma, para preencher o vazio no meu coração, vou falar um pouco da minha não-tão-longa relação com este anime (quem não assistiu pode ler sem medo, pois não tem spoilers).


Tomei conhecimento de Hunter x Hunter há muitos anos, através de uma matéria na revista animeDO. Lembro-me de tê-la lido várias e várias vezes, mas, como vivia me mudando, não tive a oportunidade de assistir na TV a cabo (minha mãe não quis assinar nem quando paramos de nos mudar e eu tinha certa culpa nisso; vi que passou na RedeTV, mas... Quem assiste RedeTV?).

O tempo passou, as coisas mudaram e, finalmente, Manaus ganhou internet com velocidade aceitável, mas, ainda assim, não fui correndo assistir Hunter x Hunter e creio que um dos motivos era o fato de eu ser fã incorrigível de Yu Yu Hakusho.

Não que eu admitisse para mim mesma na época, mas, lá no fundo, ficava me perguntando como seria minha reação se encontrasse diversas semelhanças com meu anime favorito. Como eu reagiria se percebesse que o Togashi só estava continuando a história do Team Urameshi com outros personagens/nomes diferentes?

Não sou de assistir animes procurando semelhanças com outros trabalhos apenas com o intuito de falar mal depois... Não era isso. Eu só me conhecia o suficiente para saber que, caso encontrasse muitas similaridades, iria chorar como uma idiota nostálgica enquanto assistia.

Com tudo isso, fui deixando passar... Até que um belo dia, minha amiga surge no twitter dizendo que Hunter x Hunter estava disponível no Netflix.

Já disse para vocês que sou uma preguiçosa nata? Não? Pois sou. Dificilmente ia atrás de algo na internet para assistir, então uma série disponibilizada no Netflix já era meio caminho andado (não que isso signifique muito). Logo, fui procurar o tal anime, mas ainda não estava acessível para mim.

Pouquíssimo tempo depois (talvez dois dias), entrei no Netflix para checar qualquer outra coisa, quando: “HUNTER X HUNTER (2011)”. Ok. Não era um super banner... Na verdade, era só uma fotinho, mas, ainda assim, fiquei feliz (também percebi que era tão desligada da série, que nem sabia que um remake estava em andamento). Resolvi assistir logo, sem grandes medos e com as expectativas no mínimo para não me decepcionar.

Devo dizer que ir com esse pensamento ajudou bastante nos primeiro episódios... Isso não significa que a história começa ruim. Não mesmo. No entanto, o padrão de cores e a forma como os personagens são desenhados pode incomodar a alguns. Se tivesse começado a assistir esperando um Yu Yu Hakusho 2 – A Continuação, com certeza teria parado em dez episódios (algo que um amigo fez).


É tudo bem colorido e dá um ar infantil ao início da série. Juntando isto ao fato de os personagens principais terem 12 anos, o clima inicial pode ser um problema para quem está acostumado aos habituais shounens (eu, inclusive), mas resolvi ignorar isso e me focar na história em si que, por sinal, era muito boa e, definitivamente, não era voltada para crianças (não que eu fosse achar ruim, afinal sou criança há 23 anos!).

Não demorou muito para me encantar com os personagens e, mesmo hoje, depois do fim da animação, não consigo escolher um favorito. Todos têm seus encantos e suas características relacionáveis, se tornando memoráveis. Uma pena o Togashi não ter o menor remorso em nos fazer amar alguns personagens e sequer mencioná-los depois, embora isso tenha seus pontos positivos, pois não temos dezenas de personagens empurrados goela abaixo, mas que aparecem no tempo certo, tendo sua devida importância e desenvolvimento quando necessário.

Além disso, o padrão de cores muda conforme o arco, podendo se tornar mais sombrio (Yorknew) ou mais colorido (Greed Island), encaixando perfeitamente na história. O sangue também para de ser substituído por glitter e outras coisas depois de um tempo e isso é um ponto a mais, pelo menos para mim (não que seja fã de gore ou algo assim, mas se alguém perde um membro, deve sangrar, não é?).
Isso é o que acontece quando a Sininho joga pózinho mágico apenas em uma parte do seu corpo!
Enfim, também tenho que dizer que me senti um pouco burra enquanto assistia, pois foram raras as vezes que “errei” tanto em um shounen como nesse. Sempre que pensava saber o porvir das coisas, o anime me mostrava estar enganada e os acontecimentos eram totalmente diferentes do que eu imaginava.

Animes shounen que surpreendem são sempre uma boa pedida e, embora eu me sentisse a burra durante vários momentos, também ficava realmente entretida com tudo e sempre ansiosa pelo próximo capítulo.

Acabei fazendo maratona da série, assistindo de 8 a 9 episódios por dia e terminei no dia 21 de agosto, quando faltava pouco mais de cinco semanas para o último episódio de um anime que aprendi a amar em tão pouco tempo.

Lembro-me de não ter conseguido lidar com a notícia do hiato muito bem no começo. Fiquei triste, um pouco indignada e já com um leve aperto no peito a cada episódio, mas tentei consolar a mim mesma dizendo que poderia assistir a versão de 1999 e ler o mangá, ou seja, ainda havia muito material pela frente e, quem sabe, quando o Togashi voltar a trabalhar, a Madhouse poderia adaptar mais um ou dois arcos para a TV.

Quando o último episódio foi ao ar, chorei bastante, mas fiquei feliz de ter acompanhado ainda um pouco antes do final, assim sinto que fiz parte da história de Hunter x Hunter (2011), um anime que me trouxe de volta ao mundo da animação japonesa completamente, rapidamente entrou na minha lista de favoritos para toda a vida e que, sem dúvida, vou sempre recomendar a qualquer fã de shounen.
Estaremos esperando... Até logo!

I’m carrying that weight...
 
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