Eu também quis ser astronauta... #1


Olá, gente!

Parece que não posto aqui há eras, mas nem faz tanto tempo assim, haha. Acho que escrever para o blog vicia... Será? Ah, fui indicada a algumas tags e estarei respondendo todas em breve. Não se preocupem, porque elas não serão esquecidas nem ignoradas!

Anyway, algum de vocês já desejou ser escritor alguma vez na vida? Coloco a profissão de escritor ao lado de outras como ser astronauta: sonho que já passou pela cabeça de muitas pessoas um dia.

...o que a geração de hoje pensa quando diz que quer ser policial
Eu também, há muitos anos, compartilhei desse desejo de perpetuar algo através de palavras em papel (ou na tela). Obviamente, isso começou com meu amor pelos livros e a ideia de escrever algo tão incrível quanto as histórias que lia povoava minha mente, criando os ditos sonhos e vontade de escrever.

Nunca fui apaixonada por escrever à mão, então meu computador tinha dois arquivos nos quais eu gastava mais tempo digitando e editando do que o apropriado: Minhas Músicas, com letras de aberturas e encerramentos de animes dublados; e Minha Vida, uma espécie de diário, mas sem alguns elementos comuns, como data e hora, e com senha, claro. Como podem ver, não era nada que realmente instigasse minha criatividade.

Em 2004, conheci Shaman King na Fox Kids e, como já sabem, houve um período esquecido na escuridão em que este foi meu anime favorito. Não durou muito, pois, no mesmo ano, conheci Fullmetal Alchemist e Yu Yu Hakusho¹ e estes até hoje são meus preferidos, mas o importante é que o mundo dos xamãs era tão interessante para mim na época que senti necessidade de escrever uma fanfic self-inserction.


É, meus amigos, uma história onde euzinha era uma das personagens. Para piorar, era crossover com Sailor Moon! O que não é tão estranho para o mundo de Shaman King, visto que qualquer personagem aparentemente fora de contexto pode usar a desculpa de ser um “espírito”. Não que eu esteja perdoada pelo crime da self-inserction.

Pouco depois, larguei essa fanfic e comecei outra – também self-inserction – com Yu Yu Hakusho... Eu devia ter parado de existir nesse momento. De qualquer forma, escrevi muito para essas duas fanfics, que já tinha decidido que nunca mostraria para ninguém (e nunca mostrei), e o resultado foram páginas e páginas de puro non-sense.

Também tentei escrever fanfics de Harry Potter, mas nunca ia para frente com essas. Mais tarde, comecei a ler mais fanfics e entrei no mundo do jrock com suas fanfics yaois – saí dos dois fandoms, para aqueles que estão se perguntando –, então comecei a escrever as minhas. Dessa vez, sem self-inserction.

Foi aí que percebi que eu amava escrever. Sem exageros ou floreios, eu amava tanto escrever que passava horas me dedicando àquela fanfic que, em termos, não acrescentava nada a minha vida... Mas ficava tão feliz quando a história fluía que não parava para pensar se ia ou não ganhar algo com isso.

Os anos se passaram, os fandoms mudaram e eu nunca terminei uma fanfic. Por ter muitos problemas pessoais (quem não tem, não é?), acabei me tornando inconstante... Passava eras sem escrever coisa alguma, daí, quando tentava recolocar a mão na massa, ficava frustrada porque já não fluía com naturalidade.


Nunca tive apoio da minha mãe nessa área (aliás, em quase área alguma além das esperadas, haha. Acho que, internamente, ela é de Exatas...) e, como ela constantemente dizia para eu parar de perder tempo com essas bobagens e me focar em algo sério, escrever fanfics e webnovelas silenciosamente se tornou algo proibido em minha casa.

Não que isso me impedisse, mas como sempre empacava em algum momento, acabei escrevendo cada dia menos... Ainda acreditava que era passável, mas, quando minhas habilidades de pseudo-escritora eram postas a prova, não me saía tão bem, então até o pequeno fio de esperança que eu tinha foi cortado.

Dessa forma, agi como normalmente ajo diante de um desafio: desisti. Yep. Não tinha mais inspiração, não sentia minha escrita fluir naturalmente, não tinha ideias novas, não tinha apoio... Continuar para que mesmo? Era só um hobby e eu nunca tinha pensado “vou escrever um livro” de fato.


Segui a vida e escrevia vez ou outra fanfics slash de kpop, mas só as mostrava para pessoas específicas, ainda achando que soava meio “quebrado” e sem qualidade o suficiente para postar online (nossa), e quando me afastei desse fandom, deixei várias fanfics pela metade e, eventually, parei totalmente de produzir, mas não me importei muito... Até a metade do ano passado.

Não lembro exatamente o que aconteceu, mas, provavelmente, tentei escrever algo e não saiu tão bom quanto imaginei ou tive uma ideia decente e não consegui nem formar um parágrafo, mas me peguei ficando bem chateada com o estado da minha escrita e o fato de ela ter sido destruída por circunstâncias bobas.

Sei que a Sadako adolescente/jovem adulta fazia enormes pausas porque não conseguia lidar com tanta coisa acontecendo e continuar escrevendo, mas ela deveria ter continuado produzindo qualquer coisa, ainda que desistisse das fanfics. Dessa forma, não teria perdido totalmente a intimidade com as palavras.

Em vez disso, escolhi (de volta para a 1ª pessoa, porque sou dessas) lamentar o tempo perdido o final do ano passado inteiro, chegando a chorar e não conseguir sequer escrever uma drabble a partir de um writing prompt. Fundo do poço, não é mesmo?

No entanto, resolvi fazer diferente dessa vez: decidi voltar a escrever, independente de tempo, opiniões alheias, problemas ou qualquer outra coisa. Não importava o tipo de texto... Eu só queria reaprender a escrever.

É claro que seguir este caminho também foi (está sendo) um parto, então vou fazer uma breve pausa para o café agora.
Nos vemos na segunda parte! ヾ(●ω●)ノ
¹Já havia assistido na Rede Manchete, mas não lembrava de quase nada. Apenas da Botan.
 
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