Como tentativa – espero eu que bem sucedida – de curar a terrível ressaca literária que me acomete, escrevi esta resenha para dividir com os belíssimos leitores todos os sentimentos que me invadiram durante e após a leitura da trilogia Elfos, do escritor alemão Bernhard Hennen.
Tudo começa quando Mandred, um humano, é atacado por uma besta que aterrorizava seu povoado. Ferido, consegue escapar e acaba adentrando o Mundo dos Elfos. Ao contar sua história, consegue que a rainha do povo élfico destaque dois dos seus melhores guerreiros, Nuramon e Farodin, para ajudá-lo a caçar o monstro. No entanto, ambos têm suas próprias ambições e disputam o amor da feiticeira Noroelle, que enfrenta um exílio terrível, e pretendem resgatá-la. Nesta caçada, lealdade, amizade e coragem serão duramente postas à prova.
Fazia um tempo que não me envolvia com um livro dessa forma (creio que o último foi A Hospedeira). A cada página, ia me apegando mais aos personagens, me entristecendo quando algo ruim acontecia, ficando feliz com cada pequena vitória e sempre querendo saber mais sobre cada um.
Em A Caçada dos Elfos, pude notar alguns defeitos como descrições demasiadamente superficiais, personagens rasos e sem carisma, uso de ferramenta estranha para indicar saltos no tempo e final abrupto. Entretanto, felizmente, não encontrei nenhum desses problemas nos livros que se seguiram.
“Desculpe-me. Não conheço muito bem todas as tradições”. “Você nunca sonhou em participar da Caçada dos Elfos? Toda criança sonha, conhece as tradições e cada um dos passos da trilha que se percorre nessa noite”. “Uma criança que não se sente aceita em lugar nenhum sonha com coisas menores” — A Caçada dos Elfos, Tomo I.
A história é bem elaborada, há muitas reviravoltas e o autor consegue encaixar um obstáculo ao outro de maneira sólida. Não me lembro de ter adivinhado o que iria acontecer em momento algum. Cada luta era uma emoção, onde nunca sabia quem iria sair vencedor, já que personagens apareciam, ganhavam o coração do leitor e eram arrancados de nós sem o menor dó. Para Elfos, vale o conselho “não se apegue a ninguém”.
“O que você não vê ainda assim pode acontecer, Alwerich. Só quando aquilo que você vê não acontecer é que deve começar a se preocupar” — As Estrelas dos Albos, Tomo II.
Emerelle, a poderosa rainha dos elfos, também é um personagem muito interessante. Por vezes fria, quase tirana, porém, ao mesmo tempo, amável, bondosa, uma mãe para todos os que se encontram em seu reino. Em diversos momentos, me perguntei como poderia classificá-la, mas, no último livro, compreendi que ela não deve ser rotulada.
O cavaleiro elfo deu um salto no ar e pegou uma das malditas garrafas de fogo de Balbar. Segurava-a triunfante no alto quando uma esfera fulminou sua mão. O óleo escuro espirrou e incendiou-se no trapo em chamas da garrafa. As labaredas cobriram sua cabeça e armadura. Por um instante, o elfo ficou totalmente imóvel. Então sacou a espada com a mão ilesa e correu aos gritos em direção a uma fila de atiradores inimigos. Farodin assistiu ao que aconteceu sem respirar. [...] “Guerreiros como ele só nascem uma vez a cada mil anos”, disse o Duque dos trolls. — As Pedras dos Albos, Tomo III.
O Tomo III me fez verter lágrimas três ou quatro vezes. Também pude sentir revolta, indignação e raiva em algumas ocasiões. No entanto, mais marcante que estes, foi o choque com momentos que envolviam uma quase adoção, escolhas, guerras inesperadas, uma rainha viúva, uma nação orgulhosa destruída, mortes e mais mortes... Não tinha como não se chocar.
O final é satisfatório, meio triste e conclusivo. Não há milhões de detalhes sobre o que aconteceu a cada um dos personagens, mas, sinceramente, achei melhor dessa forma. O objetivo inicial, que foi mencionado ainda na sinopse do primeiro livro, jamais é esquecido, tendo seu desfecho no último capitulo.
Chérri · 489 semanas atrás
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Taina silva · 489 semanas atrás
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kawasumishana 27p · 489 semanas atrás
clayciele 55p · 489 semanas atrás
agora fiquei com vontade de ler
Flavi (Guerreira) 74p · 481 semanas atrás